Condições extremas para marcações rodoviárias

Created by Konstandinos Diamandouros, ERF & Christian Schou Jensen, Geveko Markings |

A manutenção da marcações rodoviárias necessita de ser melhorada na Europa, por forma a que as estradas cumpram com os requisitos legais, providenciando apoio visual aos utilizadoresdiários e aos Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor.

As marcações rodoviárias são uma das mais económicas e eficientes medidas de segurança rodoviária disponíveis aos legisladores europeus e não só. Ao fornecer o muito necessário apoio visual, elas proporcionam nitidez e conforto aos utilizadores das vias. O projeto cofundado pela UE, COST 331 (European Cooperation in Scinece and Tecnhology 331) demonstrou inicialmente que as marcações rodoviárias aumentavam o conforto e segurança dos condutores em condições de piso seco. Com base nos resultados iniciais da COST 331, o projeto Rainvision demonstrou o papel benéfico da marcação rodoviária para todos utilizadores (mas com principal incidência nos mais idosos) durante condições climatéricas adversas no período noturno.

Para além da sua função tradicional, o papel da marcação rodoviária nos últimos anos tem vindo a ser olhado com outros olhos, como resultado dos avanços das funcionalidades semiautomáticas dos veículos. Nomeadamente, os Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS), como seja o Assistente de Manutenção na Faixa (LKA), fundamentam-se na existência de marcações rodoviárias mantidas em boas condições. As investigações iniciais levadas a cabo pela European Road Assessment Programme (EuroRAP) recomendavam uma intervenção e manutenção de nível RL de 150mcd/m2/lux por forma a assegurar que as marcações rodoviárias correspondiam às necessidades de uma população condutora de idade mais avançada e o ao ótimo funcionamento do sistema LAK

 

Uma imagem de deterioração

Apesar dos sinais claros de que a marcação rodoviária será de uma importância crescente para o transito do futuro, as condições das marcações rodoviárias na estradas Europeias são, nalguns casos, motivo de preocupação. As condições bastante deficientes de muitas das marcações rodoviárias das estradas Europeias, não só são dolorosamente óbvias para os utilizadores diários, como também ficaram comprovadas em recentes inspeções em países que tradicionalmente têm sido considerados como exemplos de qualidade na manutenção de estradas

 

Em 2015, Ramböl executou um estudo exaustivo das condições das marcações rodoviárias na Suécia. Dos 321 troços de estradas inspecionados, concluiu-se que apenas 43% e 33% das marcações rodoviárias cumpriam os requisitos exigidos para o piso seco e molhado, respetivamente. Comparativamente com 2011, a percentagem de marcações que cumpriam estes requisitos tinham descido de cerca de 70% para apenas 40% na Finlândia. Um estudo similar realizado pela VTI (Väg- och transportforskningsinstitutet) em 2014 concluiu que apenas 53% das marcações estavam acima de 100mcd/m2/lux e apenas 13% estavam acima de 150mcd/m2/lux.

Um futuro mais brilhante
Por forma a sensibilizar para a necessidade de uma maior manutenção das marcações rodoviárias, a Federação Europeia de Estradas decidiu, no ano transato, iniciar inspeções nas autoestradas europeias por forma a fazer uma análise comparativa das suas condições e disponibilizar informação importante às autoridades rodoviárias que lhes permitam planear as sua atividades de forma mais eficaz. Em Setembro de 2015, mais de 370 milhas (600 km) de autoestrada foram inspecionados. Na região da Flandres, na Bélgica, o estudo concluiu que aproximadamente 70% das marcações cumpriam com as especificações nacionais da RL 150mcd/m2/lux. Quanto à região de Walloon, o estudo concluiu que 80% cumpriam as especificações regionais de 100mcd/m2/lux, que entraram em vigor em 2015. No entanto, tendo como referencia a especificação regional RL 150mcd/m2/lux, que entrou em vigor em 2016, apenas 55% das marcações rodoviárias em Walloon estavam em conformidade. O próximo desafio importante será garantir que o cumprimento das especificações rodoviárias por toda a europa se intensifica, assegurando desta forma o apoio visual otimizado aos utilizadores e às funções da ADAS. Os exemplos apresentados demonstram que existem marcações deficientes na Bélgica, Suécia e Finlândia, mas conhecem-se outros casos em outros países europeus. Por isso, é imperativo que todas as partes envolvidas cheguem a um entendimento no que diz respeito a formas de melhorar a visibilidade, para assegurar que as marcações rodoviárias são as indicadas tanto para os utilizadores da vias rodoviárias como para os sistemas inteligentes.


O artigo foi publicado em Intertraffic World 2017.

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